
Entenda o processo criativo da coleção Place Of Freedom da Ana Duque Mais
A Ana Duque nasceu com uma proposta arrojada: ser uma marca que olha para a moda como manifestação cultural e não como indústria. Nosso objetivo é apresentar e homenagear, a cada coleção, uma cultura; é contar a histórias de pessoas; é materializar estilos de vida e de arte diversos. Na nossa essência está o slow fashion; o trabalho manual e artesanal; a responsabilidade com todos os colaboradores e com as culturas e histórias que nos inspiram.
A peça que chegou até você é o resultado de uma engrenagem que envolve profissionais diversos, todos motivados a desenvolver seu trabalho da melhor forma. Conheça o nosso fazer:

Etapa 1:
A ideia para a coleção Place of Freedom surgiu da vontade de Ana Beatriz (designer) de usar a moda como ferramenta de expressão. Seu objetivo não era criar peças comuns que encontramos em outras marcas. Ela queria criar roupas inovadoras e vanguardistas, roupas que não só vestem como comunicam.
Foi então que decidiu usar formas geométricas abstratas e desenhos de corpos femininos para falar sobre o uso da moda como ferramenta de libertação. Passado e presente se encontram para criar um futuro estético que não cria padrões e que permite.
Nesta primeira etapa, Ana Beatriz faz uma coletânea de referências visuais e de amostras de tecido e monta um moodboard com tudo que ela imagina para coleção. A partir dessa visão macro ela desenha os modelos e as estampas.

ETAPA 2:
Ana Beatriz conhecia há algum tempo a Associação dos Artesãos de Coqueiro Buriti, localizada na comunidade rural do Município de Turmalina, no Vale do Jequitinhonha. O desejo de trabalhar com essas mulheres era antigo e a oportunidade perfeita era a Place of Freedom! Assim, Ana mergulhou no trabalho dessas artistas e aos, todas juntas, as ideias foram ganhando forma e cor. Para a coleção, foram idealizados alguns acessórios: 2 modelos de colares, 2 modelos de vasos e 1 xícara. As peças seguem a ideia de exaltar o corpo feminino enquanto representação de força e liberdade.

ETAPA 3:
Todas as peças possuem como matéria prima o barro que vem da Cachoeira do Fanado no Município de Minas Novas. As artesãs fazem um molde próprio para cada estilo de peça diferente. Por exemplo, o molde do vaso Deuzani foi feito no corpo delas mesmas; já o vaso Conceição, a xícara Gicielle e os dois colares foram desenhados e moldados a mão. Depois de moldar o barro, as artesãs levam a peça ao forno a lenha. Em seguida, mas ainda no molde, a peça fica descansando e esfriando naturalmente, em um processo que leva de 3 a 4 dias, a depender do clima. Para ganhar as cores finais, os acessórios são pintados com penas de galinha. As tintas utilizadas são naturais e compradas prontas. Após a pintura, as peças vão para o forno novamente para fazer a queima do barro com as tintas e, assim, as cores serem fixadas. Ficam queimando por um período de 8 horas no forno a lenha, mas só são retirados de lá 24 horas depois, quando atingem a temperatura ambiente.


A Deuzani Gomes (à direita) é a artesã principal. Ela aprendeu o ofício com a mãe Izabel Lopes Alecrim, que tem hoje 96 anos, e assim Deuzani passou para as filhas, como a Ana Clara, na foto.
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